O curso tem como objetivo trabalhar criticamente um panorama da história do Brasil. Para isso, está estruturado em três blocos: 1. a formação escravocrata do Brasil e a reinvenção da escravidão no século XIX; 2. o Brasil moderno: da revolução abolicionista ao liberalismo excludente da primeira República; 3. os processos históricos conflitantes que perduram do Estado Novo à redemocratização. Ao final, um balanço crítico do Brasil no século XXI.
O que você vai aprender
- A compreensão de que a História é feita pelos humanos e faz parte da existência humana não somente no passado, mas também no presente;
- Trabalhar o presente como ponto de partida para todo trato com a História;
- As características fundamentais do trabalho do historiador, sua matéria prima e a construção científica das narrativas;
- Discutir a narrativa da História como essencial para criarmos alternativas de futuro;
- Analisar o Brasil colonial como um complexo colonizador que envolve Portugal, as terras ocupadas por inúmeros povos originários e o continente africano;
- O papel fundamental da relação sul-atlântica para a formação do Brasil;
- Colocar em questão a “invenção do Brasil” narrada a partir da independência de 1822 e suas implicações para a avaliação do passado da América portuguesa;
- Discutir como o tráfico de escravizados e as guerras de conquista e aniquilação forjam as relações que constituem a América Portuguesa;
- Compreender o papel da mineração para a constituição das bases do Estado-Nacional brasileiro;
- Colocar em questão a manutenção da escravidão para a formação social brasileira;
- Articular a formação do Estado-Nacional brasileiro com as revoluções políticas modernas contra as ordens do chamado Antigo Regime;
- Colocar em questão a manutenção e a unidade do império português;
- Compreender como a independência do Brasil opera uma reinvenção da escravidão e manutenção de um território sem fragmentações após o processo de separação da metrópole europeia;
- Articular as transformações econômicas decorrentes do desenvolvimento do capitalismo em escala global com as transformações produtivas e econômicas no Brasil do século XIXI;
Compreender como a chamada “nova escravidão” ou “segunda escravidão” se expandiu durante a segunda metade do século XIX e como ela entra em crise;
Compreender como funciona a “política da escravidão” enquanto ações, projetos e esforços para garantir estabilidade à instituição da escravidão;
Articular o evento e as implicações do abolicionismo e da Guerra Civil estadunidense com a política da escravidão e sua crise no Brasil;
Discutir em que sentido podemos compreender como revolução o movimento abolicionista e as lutas sociais pelo fim da escravidão;
Compreender os processos de marginalização da população negra em seus aspectos políticos, econômicos e ideológicos, criticando as concepções modernizantes, eurocêntricas e de racismo com pretensão de cientificização que buscam legitimidade para esses mesmos processos;
Colocar em questão o papel que a elite brasileira pretende para si de tutela da sociedade brasileira e de guia dos processos de modernização;
Analisar o racismo constituinte dos movimentos políticos e econômicos da elite brasileira;
Apresentar e compreender personagens que participaram de movimentos políticos, populares e antirracistas, de modo a discutir a própria historiografia e seus pressupostos;
- Apresentar os processos de fundação da República e seu desenvolvimento ao final do século XIX e início do XX;
- Analisar o papel das forças armadas para o fim da monarquia e a constituição das bases do Estado republicado brasileiro;
- Discutir a manutenção das mazelas e estruturas da escravidão com as pretensões de modernização e progresso durante a Primeira República, com suas implicações e contradições;
- Apresentar e discutir a efervescência das lutas sociais e movimentos populares do período, assim como as reações violentas e implacáveis das forças armadas da República que se formava e consolidava;
- Analisar as manifestações dos conflitos e lutas sociais, assim como dos movimentos revoltosos que tensionaram o liberalismo excludente da Primeira República;
- Discutir a ideologia do progresso e seus efeitos violentos contra grupos humanos marginalizados;
- Compreender as contradições e conflitos entre o movimento popular e os projetos modernizantes e elitistas realizados no período da Primeira República;
- Discutir as mudanças no conceito de cidadania e suas implicações;
- Analisar a ascensão de Getúlio Vargas, as lutas da classe trabalhadora e a constituição das leis trabalhistas, que surgem em um movimento no qual o Estado assume o papel de mediador entre o patronato e a classe trabalhadora;
- Compreender as vitórias das greves e movimentos de trabalhadores e trabalhadoras que resultam em leis trabalhistas progressivas;
- Colocar em questão a Ditadura Vargas, o Estado Novo e suas implicações nas produções teóricas, artísticas e na própria formação social brasileira e identidade nacional;
- Discutir os impactos, contradições e implicações das políticas de proteção do patrimônio cultural, arquitetônico e histórico brasileiro;
- Situar o Golpe Militar na conjuntura internacional de Guerra Fria com seus conflitos políticos, econômicos e ideológicos;
- Apresentar as transformações e transições políticas da Era Nacional-Desenvolvimentista que culmina nas tensões que derrubam o governo de João Goulart;
- Destacar e analisar criticamente os elementos cruciais para uma historiografia do período da Ditadura Militar;
- Colocar em questão a historiografia oficial que apaga os conflitos sociais os processos de como efetivamente são realizados os processos de independência no Brasil;
- Discutir o papel ideológico que as narrativas oficiais cumprem;
- Apresentar os movimentos populares e eventos sociais que eclodem no século XIX no território brasileiro, assim como a reação e as táticas de reação das elites e das instituições governamentais;
- Questionar: “para quê foi construída uma narrativa de uma história do Brasil?”
- Discutir os movimentos de êxitos e perdas dos movimentos sociais que se organizavam em torno das “Diretas Já!”;
- Analisar as transformações das organizações e instituições democráticas no processo de redemocratização;
- Refletir sobre as transformações na constituição das classes sociais durante o período da nova república brasileira;
Conheça seu professor
Lindener Pareto
Historiador, doutor pela USP, professor de História Contemporânea na PUC-Campinas e professor de História do Brasil no ICL.
Pré-requisitos
Vontade de aprender
Para quem é indicado
Para quem busca conhecer as grandes questões do ofício da História, seus conflitos, narrativas e memórias, no passado e presente, e assim entender as alternativas de futuro.
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