Para pensar sobre a construção de uma política cultural antirracista, este curso acompanha as caminhadas de alguns sujeitos históricos, como os Guarani Mbyá e as comunidades quilombolas de Ivaporunduva e Mandira. Estes sujeitos mobilizaram as políticas culturais para se fazer ouvir e reconhecer pela sociedade e Estado brasileiros, conquistando na década de 2010 o título de suas referências culturais como patrimônio imaterial.
O que você vai aprender
Construindo o conceito de descolonização que será fundamental ao longo do curso, com ênfase às ideias de reparação e re-humanização. Apresentação dos sujeitos históricos que acompanharemos e seus territórios.
O papel dos museus e das exposições universais no século 19 e o recurso a esses meios para consolidar, especialmente entre as sociedades europeias, uma noção sobre populações “civilizadas” e “selvagens” para justificar o colonialismo. Abordagem sobre como essa prática se deu no Brasil.
Da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Estado Novo à noção de referências culturais, o encontro apresenta uma história das políticas culturais no Brasil, da “identidade nacional” à diversidade cultural.
Discussão sobre os impactos dos movimentos sociais dos anos 1960 sobre as ciências e a cultura, como a emergência de novas abordagens de temas sensíveis e o surgimento da Nova Museologia, para compreender de que forma foram criadas as condições para que noções arrojadas e integrais de cultura ganhassem espaço entre as décadas de 1970 e 1980.
Apresentação do debate que levou aos dispositivos da Constituição de 1988 voltados para a cultura, com ênfase para a sua articulação com os “grupos formadores da sociedade brasileira”, como as populações negra e indígena.
As circunstâncias da efetivação dos direitos criados pela Constituição de 1988 para indígenas e quilombolas e o papel desempenhado pelo patrimônio imaterial. A questão da propriedade da terra como principal permanência colonial brasileira.
O processo de patrimonialização da Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani e as narrativas e iniciativas que daí surgiram, como o cinema guarani mbyá.
O processo de patrimonialização do Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira e as ações de salvaguarda dos saberes associados à roça em meio à Mata Atlântica.
Análise de práticas museológicas e de mobilizações que trazem para o espaço público passados difíceis de serem enfrentados. Proposição de uma História Pública do Colonialismo e da Escravidão que seja capaz de dar conta das diversas vertentes desse debate.
Reflexão sobre as persistências da escravidão e do colonialismo e sobre a função que poderia ser desempenhada pela arte, pela cultura e pelos museus no presente. A partir do tripé descolonização, memória e reparação, discussão sobre políticas públicas voltadas para o enfrentamento dessas persistências, desde a promoção da ciência e da cultura até o acolhimento de demandas por reparação e restituição.
Conheça seu professor
David Ribeiro
Doutor em História Social pela USP com tese premiada na categoria Inclusão Social e Cultural no 11º Prêmio Tese Destaque USP (2022). É Assistente Curatorial de Mediação e Programas Públicos no MASP e foi professor da Rede Municipal de São Paulo e educador do Museu Afro Brasil.
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