Esse curso apresentará um panorama da história social do trabalho do Brasil e seu impacto na história do país como um todo. Para tanto, será realizado um exame crítico, de diversas greves “emblemáticas” ocorridas no país desde o século XIX. Um dos repertórios de ação coletiva mais recorrentes ao longo da história brasileira, as paralisações são ótimas “portas de entrada” para as discussões teóricas e metodológicas que colaborem para a compreensão dos processos de formação da classe e sobre o papel dos/as trabalhadores/as na construção histórica da nação. Momentos disruptivos de conflito, as greves alteram o cotidiano social e assim podem revelar os mecanismos de controle e dominação, mas também a construção de solidariedades e identidades, bem como os elementos de heterogeneidade e disputas entre classes, com o Estado e no interior da própria comunidade de trabalhadores. Assim, temas como as formas de organização, as ideologias políticas, os processos de exclusão e inclusão social, econômica e política, as relações de gênero, raciais e étnicas, o peso das nacionalidades e das origens regionais, as diferentes hierarquias de categorias e qualificações profissionais, bem como as lógicas de ação coletiva, entre vários outros, podem ser explorados a partir de uma análise densa das greves. Momentos de luta social, por vezes dramáticos e violentos, as greves também são ocasiões de inversão hierárquica momentânea, muitas vezes com aspectos festivos e carnavalescos. Nesse sentido, também podem nos dizer muito sobre a cultura e a vida comunitária dos trabalhadores. Em cada aula, por meio da leitura da literatura especializada, abordaremos greves de um determinado período histórico, procurando situá-la em seu contexto e, ao analisá-las em profundidade, debater temas centrais da história do país.
O que você vai aprender
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Paulo Fontes
Paulo Fontes é Professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho (LEHMT/UFRJ). É bolsista produtividade do CNPq. Doutor em história social pela Unicamp, foi Professor Visitante nas Universidades de Duke (2004) e Princeton (2006/7) nos Estados Unidos e Pesquisador Visitante no International Institute of Social History em Amsterdam (2013) e na Humboldt University em Berlim (2014). Historiador das relações de trabalho e da cultura das classes trabalhadora no pós II Guerra Mundial, é autor de vários artigos e livros sobre essas temáticas. Seu livro Um Nordeste em São Paulo ganhou o I Prêmio Thomas Skidmore, patrocinado pelo Arquivo Nacional e pela Brazilian Studies Association e foi publicado em inglês pela Duke University Press em 2016. Recentemente organizou em parceria com Bernardo Buarque de Holanda o livro Mundos do Trabalho e Futebol no Brasil (Editora da UERJ, 2021).
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